INDICAÇÃO DE FILME: UMA VIDA COM PROPÓSITO.

Sinopse: Uma vida com propósito narra a história real de Rachel Joy Scott, uma adolescente que não sobreviveu ao massacre que ocorreu na escola Columbine em 1999 nos Estados Unidos. Enquanto conhecemos sua vida e sua caminhada cristã, a narrativa nos leva ao dia de sua morte e nos fazendo refletir sobre varias questões importantes.

O filme tem sua essência cristã, a maior parte da trama é construída através da trajetória de Rachel nesta jornada, deixando de pano de fundo o massacre. Eu particularmente gostei do caminhar da narrativa, pois ela da voz a vitima, que queria muito mudar mundo e impacta-lo com a palavra de Jesus, em vez de dar a voz aos assassinos, tirando deles o protagonismo da história. Apesar de ser importante sabermos o que levou os dois rapazes a cometerem tal ato, mais importante ainda é saber que aquelas vitimas tinham uma história de vida, antes de tudo acontecer.

Rachel (protagonista) é filha de pais separados, e isso traz a ela vários conflitos internos. Como adolescente, tenta se encaixar em seu grupo de amigas, que não a consideram uma “cristã” verdadeira, já que Rachel faz praticamente tudo que as amigas fazem, a não tornando tão diferente assim delas. A maior parte do tempo, Rachel deixa de lado sua crença para parecer mais legal, compreensiva e amiga de todos, em uma tentativa de fazer parte do mundo de suas amigas. Um dia, enquanto tentava conquistar o garoto pelo qual estava interessada (Alex Dickerson), ela sai escondida de casa, mas acaba sendo pega por sua mãe, que como forma de afasta-la das más influências, a manda passar as férias na casa de sua tia. Lá, ela tem novamente um encontro com Deus com a ajuda de sua prima e tia, e volta com um vigor em sua fé. Neste momento nasce em Rachel uma vontade de mudar o mundo através de sua fé e Jesus, e foi por querer mudar o mundo de alguma forma que ela conhece Nathan Ballard, um rapaz que está frequentando as reuniões da igreja. Mais tarde, Rachel descobre que ele vai às reuniões apenas pela comida oferecida ao fim de cada encontro, também conhecido como “encontrão”. Nathan é um rapaz que mora nas ruas e tem uma mãe viciada e por não ter moradia, não consegue emprego. Rachel vê uma oportunidade perfeita para mostrar Jesus para Nathan através de suas atitudes e apresentá-lo a um mundo que pode ser bondoso, caridoso, amoroso, etc. Com dito antes, Rachel voltou das férias com vigor, e realmente disposta a demostrar o amor de Jesus para todos, só que ela não consegue. A vontade de ter um namorado e de fazer parte do mundo dos amigos, acaba sendo maior dentro dela, a fazendo entrar em conflito com sigo mesma e com os que a rodeiam várias vezes. Iremos ver em muitos momentos do filme, Nathan a “confrontando” sobre as atitudes que ela estava tomando, principalmente quando se tratava de Alex.

Alex acredita na “espiritualidade”, ele diz não se apegar a nada e, deixar as coisas “fluírem”, nem o que há entre Rachel e ele, Alex quer nomear. Essa relação com Alex e as amigas ( Anna, Celine e Madson) acabam minando sua relação com Deus, pois, ao tentar se parecer com os amigos, menos ela se parece com Jesus e ao se parecer com Jesus, ela não será mais “reconhecida” por seus amigos. Rachel começa a perceber que tudo que ela está fazendo, não tem ajudado a ninguém, pois, na realidade, por mais que ela tenha voltado com vigor, ela pôs suas expectativas em si mesma, se apegando somente a sua própria força. Ela acaba afastando Nathan, fraga sua amiga Madson com Alex (quando ela nega dormir com ele,) não consegue ajudar sua amiga Celine, que passa por problemas familiares, e percebe que esse tempo todo, todos a sua volta achavam sua fé incomoda e não “verdadeira”; ela queria impactar o mundo a sua volta, mas era o mundo a sua volta que a estava impactando.

Com esses baques, Rachel se volta para Deus, mas desta vez de uma forma madura, sem vergonha de assumir quem ela era e sem se moldar ao que as pessoas queriam que ela fosse, mas sim, tendo sua identidade na fé. E com isso, ela impacta todos a sua volta, perdoando sua amiga e Alex, ajudando Celine, e outros membros da escola. O filme nos mostra o tempo inteiro o quanto nossa crise de identidade, a tentativa de acha-la por conta própria, seja nos outros ou no mundo, iremos andar em caminhos tortuosos e confusos, mas, quando temos nossa identidade firmadas em Deus, nossa vida é guiada por Ele, e alcançamos outras.

Como eu disse, o massacre fica de “pano de fundo”, vemos tudo acontecer em um “segundo” plano, mas o filme não faz isso para descarta-lo, não, faz isso para conhecermos a Rachel. Não é somente sobre as vidas que foram perdidas, não é sobre a morte de Rachel, é sobre todas as vidas que ela alcançou levando Jesus a elas, é sobre a vida que ela escolheu caminhar. Rachel, é um exemplo que devemos seguir, de amor ao próximo, de amor a Deus. Penso na vida de cada jovem que se foi, e também penso nos assassinos. Enquanto alguns se levantaram aquela manhã achando que seria só mais um dia de aula, aqueles dois alunos planejavam a morte deles, e pensamos em tantas coisas: se a escola tivesse mais segurança, se a instituição fosse mais aberta a acolher alunos que sofrem bullying e levar politicas para acabar com essas intimidações, se cada um fosse mais como a Rachel, se as pessoas amassem Jesus verdadeiramente… então fica a pergunta: o que estamos fazendo pelo mundo enquanto estamos aqui? Será que estamos levando o amor de Cristo de maneira correta e honrada como Ele nos ensinou?

Eu recomendo muito este filme porque, me vejo um pouco na Rachel, já tentei ter minha identidade moldada por pessoas algumas vezes, tenho também este vigor de querer impactar as pessoas levando Jesus. O filme nos mostra de maneira sutil o quanto a falta de amor, e de Deus podem levar o ser humano a cometer as piores atrocidades.

E ai, ficou curioso? Vai lá e assiste e depois vem me contar aqui o que vocês acharam.

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